sexta-feira, 8 de novembro de 2013

RACHADURAS SÃO CONSIDERADAS PREOCUPANTES


“A situação em Pedra Preta é preocupante”. Mesmo que essa declaração seja dita com muita cautela, não tem como ter outro entendimento. A equipe técnica do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Rio Grande do Norte (Crea-RN) esteve ontem na cidade, distante 149 quilômetros de Natal, e, após visitar algumas casas, os engenheiros chegaram à conclusão de que as edificações locais correm risco, caso a potência dos tremores aumente. Até agora foram mais de 500 abalos registrados em cerca de duas semanas de atividades sísmicas intensas.


A previsão é de que o laudo saia em, no máximo, 48 horas após a vistoria. Em virtude do cenário e da apreensão que ronda a cidade, o prefeito já pensa até decretar estado de calamidade pública. Ele aguarda a divulgação desse documento técnico do Crea, além do laudo da Defesa Civil.


“Vamos lançar um laudo em 24h ou 48h, mas não é algo tão apurado porque não fomos a fundo. Mas o que posso dizer é que dá pra ver que a maioria das avarias que vimos são rachaduras; que podem, em alguns casos, ser preocupantes porque, se a magnitude dos tremores vier a aumentar, pode acontecer um sinistro sim”, afirmou o engenheiro, assessor técnico do Crea, Gerson Ricardo de Oliveira.

Ele disse ainda que o trabalho de ontem se tratou de uma vistoria apenas de constatação. Eles visitaram as casas e fizeram registros fotográficos. “Não é possível dizer o quão preocupante é, mas pelo nível que estamos vendo, pode se dizer que é um grau médio”, disse Oliveira, tentando passar tranquilidade.

Além disso, ele afirmou que não existe uma forma de reforço como paliativo, no momento, para proteger as casas e outras edificações. Não adianta rebocar as paredes porque internamente a estrutura vai se manter a mesma. Não dá para reformar a casa inteira, se os abalos permanecerem, porque as rachaduras voltariam. O jeito, segundo o engenheiro, é esperar os tremores acabarem para se pensar no que fazer.

Umas das casas vistoriadas pelo Crea foi a de número 442, localizada na Rua Luiz Antônio. A residência, de propriedade da dona de casa Mirian André de Lima, 45, possui rachaduras em praticamente todos os cômodos. Dona Mirian diz que a vontade é de ir embora junto com o marido e o filho, mas não sabe para onde, por isso permanece no local. “A casa sacode toda, não consigo dormir direito. Saio sempre para o quintal, evito ficar dentro de casa”, relatou. Ela dorme na sala, preparada para correr a qualquer momento.

Próximo da casa de Dona Mirian, fica o ginásio da cidade. Deteriorado pela ação do tempo, mesmo antes dos abalos, a estrutura já estava interditada. Permanece. É possível ver rachaduras no chão e nas arquibancadas que, segundo informações passadas pelo coordenador de Defesa Civil da cidade, Guilherme Bandeira, foram agravadas pelos tremores. 

Teria sido sondada a possibilidade do local servir de abrigo para caso alguns moradores precisassem de espaço ou mesmo para sediar uma base de apoio no caso de um gerenciamento de crise. Contudo, o visível mau estado de conservação do ginásio logo afastou essa ideia.


Fonte:tribuna do norte

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