quinta-feira, 13 de novembro de 2014

RIO GRANDE DO NORTE TERÁ ANTECIPAÇÃO DE CHUVAS

Joana D’Arc, coordenadora de Recursos Hídricos no Estado,
explica situação dos reservatórios





A seca que castiga o interior do Estado deve dar uma trégua a partir do próximo mês. De acordo com previsões da Empresa de Pesquisa Agropecuária do Rio Grande do Norte (Emparn), a quadra chuvosa – que geralmente inicia no mês de março e segue até o mês de junho – pode ter início na segunda quinzena de dezembro. No entanto, as chuvas previstas ainda para este ano não serão suficientes para abastecer os reservatórios que estão em colapso. O prognóstico é baseado em observações das frentes frias e temperatura do Oceano Atlântico.

A informação é do chefe do setor de meteorologia da Emparn, Gilmar Bistrot. Segundo o especialista, o Atlântico Norte tem apresentado, nos últimos meses, condições favoráveis para formação de chuvas na região Nordeste. “Há uma anomalia no Oceano com águas mais frias. Isso é importante para que haja uma influência no vento e possa fazer com que a zona de convergência desça para o Nordeste”, contou.

Ao mesmo tempo, a região Sudeste do país presencia a formação de frentes frias que favorecem o surgimento de chuvas. Essas frentes, já atuam também no Sul de alguns Estados do Nordeste, como Piauí, Maranhão e Bahia. Algumas chuvas já foram registradas nesses locais.

O somatório do resfriamento do Atlântico Norte – que desencadeia a formação de ventos e a descida da zona de convergência para o Nordeste – com as frentes frias oriundas do Sudeste resultarão, possivelmente, em chuvas no interior do Rio Grande do Norte. “Isso deve ocorrer na segunda quinzena de dezembro. As mudanças ocorrem devagar e podemos ter uma ocorrência prematura de chuvas especialmente no interior do Estado”, explicou Bistrot.

O meteorologista disse ainda que a previsão tem uma margem de erro e as chuvas não devem resolver o problema de colapso enfrentado na metade dos reservatórios do Estado. Atualmente, quatro municípios (Carnaúba dos Dantas, Rodolfo Fernandes, Tenente Ananias e Paraná) estão em situação de colapso no abastecimento de água fornecido pela Companhia de Águas e Esgotos do Rio Grande do Norte (Caern) em decorrência da escassez de água nos mananciais.

“Essas primeiras chuvas não vão resolver, a exemplo do que ocorreu em São Paulo, o problema dos reservatórios. As chuvas virão, mas não serão suficientes”, contou o meteorologista. Bistrot disse ainda que as chuvas devem ficar concentradas no interior do Estado. “As precipitações no Litoral só serão observadas em 2015”, pontuou.




Por: Roberto Lucena Tribuna do Norte

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