O satélite GOCE da Agência Espacial Europeia revelou algo impressionante ontem, 3 de dezembro.
Segundo estudos, o terremoto que devastou Fukushima em 2011, deixou sua marca na gravidade do planeta – mostrando o poder devastador da movimentação das placas tectônicas.
O GOCE mapeou a gravidade da Terra por 4 anos com uma precisão nunca antes alcançada. Os cientistas não esperavam encontrar os dados captados e ficaram surpreendidos.
As análises mostraram, com dados revistos e muito precisos, que o terremoto de 9,0 graus na escala Richter que atingiu o leste do Japão na ilha de Honshu no dia 11 de março de 2011, afetou a gravidade.
Os cientistas descobriram que grandes terremotos não só deformam a crosta terrestre, mas também causa perturbações e mudanças na gravidade. Existe uma série de razões pelas quais os valores de gravidade variam. De acordo com o estudo, isso é consequência do material no interior da Terra que é heterogênio e desigual.
A Física nos mostra que a gravidade é uma constante. Essa suposição é conhecida e difundida por inúmeros professores. Mas, o estudo mostrou que a força da gravidade varia dependendo da distribuição desigual do material do centro da Terra.
Os terremotos sob os oceanos, como o que ocorreu no Japão, podem alterar a forma do fundo do mar. Isso desloca água e altera o nível do oceano, que por sua vez, altera a gravidade.
O satélite, que já não orbita mais o planeta, ficou sem combustível e reentrou na atmosfera da Terra, desintegrando-se. Apesar de não existir mais, os cientistas estão apenas começando a analisar a grande quantidade de dados que ele deixou.
O satélite GOCE revolucionou o estudo ao conseguir captar, em tempo real, as mudanças na gravidade. Ao que tudo indica, a mudança foi influenciada por deformações em rochas subterrâneas. Os impactos internos foram tão fortes que ondas sonoras, referentes aos movimentos tectônicos, foram capturadas pelo satélite.
Na imagem abaixo, as marcas em azul mostram os locais onde a gravidade foi reduzida e as de cores amarelas foram onde a gravidade sofreu um aumento por estarem próximas do epicentro.
Os pesquisadores ainda não sabem se essa mudança é permanente ou reversível e quais seriam os problemas que podem ocorrer após essa mudança. Mais estudos serão necessários para responderem essas perguntas.
Fonte: jornal ciência
Fonte: jornal ciência