As vítimas dodesabamento de terra numa construção na rua Muniz Travasso, Alto de Coutos, foram enterradas na tarde dessa quinta-feira (5/9), no cemitério de Plataforma. Familiares e amigos se despediram de Renildo de Oliveira, proprietário do terreno onde a construção era erguida, e de Antonio de Jesus Estrela, 47, servente que ajudava na obra no momento do acidente. Na manhã dessa quinta-feira (5/9), um engenheiro da Defesa civil de Salvador (Codesal) voltou ao local e constatou a ausência de alvará para reforma, ampliação e/ou construção, exigido pela Superintendência de Controle e Ordenamento do Uso do Solo do Município (Sucom) para o início destes tipos de atividades.
O acidente aconteceu por volta das 16h30 de quarta-feira, segundo informaram vizinhos de Renildo. “Ele tem uma loja de aluguel de materiais para construção e desde junho começou a fazer do lado um lugar que seria um galpão para armazenar os equipamentos”, afirmou José Jaime Nascimento, proprietário do bar Atitude, localizado em frente ao local do acidente. Abalados, parentes e amigos se reuniram no local da obra no momento da visita da Codesal, mas preferiram não comentar sobre a causa do desabamento. De acordo com o engenheiro civil da Codesal José Carlos Palma, a escavação irregular pode ter sido a responsável pelo acidente.
Pessoas que acompanharam o resgate junto ao Corpo de Bombeiros disseram que o servente foi o primeiro a ser atingido com o desmoronamento do barranco que fica nos fundos da construção e, ao tentar salvá-lo, Renildo também teria sido atingido. “ Renildo foi o primeiro a ser retirado, quase meia hora depois que o barranco caiu, levado para o Hospital do Subúrbio, mas não conseguiu sobreviver”, comentou o aposentado Raimundo Rodrigues. “Foram quase dois metros de terra em cima dele”, continuou.
Já o servente Antonio Estrela só conseguiu ser resgatado por volta das 19h30, segundo informações de vizinhos. Conhecido na região por trabalhar com a elaboração de grades, entre outros serviços, Renildo era bastante conhecido no bairro, assim como o ajudante. “A maioria das grades das casas aqui foi Renildo que fez, todo mundo conhecia ele e a família, gente de bem. Verdadeira tragédia”, disse Janderval Carvalho de Jesus, conhecido da família. Na segunda visita ao local do desabamento, o técnico da Codesal notificou o filho do proprietário a paralisar a obra e legalizá-la junto à Sucom.
Fonte: correio24horas