O professor da Unicamp explica que tsunamis causados como consequência de terremotos podem ser previstos de forma rápida e eficiente com a ajuda dos sismógrafos. "Isso sim. Você teve o terremoto, e consegue rapidamente definir o epicentro deste tremor, que é a projeção dele na superfície. Com esta intensidade você consegue fazer a modelagem com que essa onda vai sair, verificar a sua velocidade e checar em quanto tempo ela vai atingir vários locais", diz o geólogo.
O próprio terremoto de 8,9 pontos na Escala Richter que atingiu o Japão em 11 de março foi registrado a poucos quilômetros do campus da Unicamp, onde está instalado um sismógrafo horizontal amador. Além do sismo principal, outros 60 terremotos sequenciais, de menor magnitude - abaixo de 6 pontos - foram registrados por sismógrafos no Brasil.
Nos últimos três anos, o mesmo sismógrafo da Unicamp registrou centenas de eventos, de variadas magnitudes. O primeiro foi um tremor de 5,2 pontos ocorrido no Atlântico Sul, em abril de 2008, e que foi sentido nos estados de São Paulo, Paraná, Rio de Janeiro e Santa Catarina.
"Tremores acontecem o tempo todo e a gente nem sabe, porque eles são de baixa intensidade. Já aconteceram no Ceará, no Mato Grosso e até no Acre, onde eles são muito profundos, porque a placa da África tenta entrar por baixo da Sul Americana. Não tem muito efeito na gente", diz Saraiva dos Santos. "Todas as placas estão sob compressão, mas onde que vai quebrar? Ninguém sabe. É muito complicado", afirma.