sexta-feira, 6 de dezembro de 2013

Tsunamis

O professor da Unicamp explica que tsunamis causados como consequência de terremotos podem ser previstos de forma rápida e eficiente com a ajuda dos sismógrafos. "Isso sim. Você teve o terremoto, e consegue rapidamente definir o epicentro deste tremor, que é a projeção dele na superfície. Com esta intensidade você consegue fazer a modelagem com que essa onda vai sair, verificar a sua velocidade e checar em quanto tempo ela vai atingir vários locais", diz o geólogo.



O próprio terremoto de 8,9 pontos na Escala Richter que atingiu o Japão em 11 de março foi registrado a poucos quilômetros do campus da Unicamp, onde está instalado um sismógrafo horizontal amador. Além do sismo principal, outros 60 terremotos sequenciais, de menor magnitude - abaixo de 6 pontos - foram registrados por sismógrafos no Brasil.



Nos últimos três anos, o mesmo sismógrafo da Unicamp registrou centenas de eventos, de variadas magnitudes. O primeiro foi um tremor de 5,2 pontos ocorrido no Atlântico Sul, em abril de 2008, e que foi sentido nos estados de São Paulo, Paraná, Rio de Janeiro e Santa Catarina.

"Tremores acontecem o tempo todo e a gente nem sabe, porque eles são de baixa intensidade. Já aconteceram no Ceará, no Mato Grosso e até no Acre, onde eles são muito profundos, porque a placa da África tenta entrar por baixo da Sul Americana. Não tem muito efeito na gente", diz Saraiva dos Santos. "Todas as placas estão sob compressão, mas onde que vai quebrar? Ninguém sabe. É muito complicado", afirma.

Qual foi o maior terremoto da história do Brasil?

Um mito que existe no Brasil é o de que não há terremotos no País. Os tremores, na verdade, existem, mas em geral são muito pequenos e não geram danos. Segundo o professor George Sand, do Observatório Sismológico da Universidade de Brasília (UnB), até março de 2011 somente dois terremotos no território nacional haviam passado de 6 graus na escala Richter: em Porto dos Gaúchos (MT), com 6,2 graus, e em Vitória (ES), com 6,1, ambos em 1955.

De acordo com o professor, o maior tremor da história do Brasil foi registrado apenas por pesquisadores do exterior, já que registros sismológicos praticamente não existiam no País. Como o terremoto ocorreu em uma região pouco habitada, não ocasionou mortes nem danos materiais. Em Vitória, o abalo sísmico causou espanto e medo, mas ninguém morreu na ocasião e os danos materiais foram pequenos - o epicentro foi no mar, a 300 km da costa. "Os prédios só balançaram", explica o pesquisador.

De acordo com Sand, existem pequenas falhas geológicas no território brasileiro e elas se movem apenas poucos milímetros, mas esses movimentos são suficientes para gerar os terremotos sentidos na superfície. O professor explica que, como os brasileiros não são acostumados a esse fenômeno, um tremor de magnitude 4 na escala Richter já espanta quem o sente.

Sand afirma ainda que algumas regiões no Brasil registram mais terremotos: os Estados do Ceará e do Rio Grande do Norte e a região de Estrela do Norte, em Goiás. Mas ele explica que os fenômenos, nesses locais, costumam ter apenas de 3 a 4 graus de magnitude.

Pessoas reagem à queda do teto em uma livraria em Sendai



















Refinaria em Ichihara fica em chamas com terremoto

Novo tremor em Pedra Preta-RN em 06/12/2013

Hoje, 06/12, às 15:41 UTC (12:41 hora local), ocorreu, em Pedra Preta, um novo tremor, desta vez de magnitude 2.7.
O registro do evento na estação de Riachuelo (RCBR) é mostrado na Figura 1.

Figura 1. Sismograma de 24 horas da estação RCBR do dia 06/12. O evento de magnitude 2.7 está em azul.
Fonte: LabSis/UFRN; RSISNE; INCT-ET, USGS
Joaquim Ferreira, Heleno Lima Neto